James Gunn já havia nos surpreendido com uma equipe pouco conhecida de heróis e em seu esquadrão suicida ele ataca novamente. Trazendo uma mistura de ação, comédia e muito sangue o filme consegue nos surpreender a cada lance como no virar de páginas em uma revista em quadrinhos nova.
Com uma câmera viva acompanhando todos os momentos, Gunn mostra uma versão mais real do que seria um grupo de criminosos sendo obrigado a salvar o mundo. Não se preocupando com os eventos do filme anterior, ele apresenta sua história como sendo mais uma missão da equipe e torna a apresentação do time extremamente rápida.
A sensação de que qualquer coisa pode acontecer a todo momento é reforçada pelo estilo de piada que comanda o filme. Trazendo um clima mais humano para os personagens, os flashbacks são usados para destacar que alguns deles são pessoas normais cuja vida as levou por um caminho tortuoso e torna mais fácil nos importarmos com esses “vilões”.
Seria impossível que Arlequina não tivesse um certo destaque com o sucesso de Margot Robbie nos filmes anteriores, mas aqui isso foi posto em equilíbrio com os demais membros do esquadrão e seu tempo em tela ajuda a construir o quadro geral da aventura sem forçar nada e suas cenas de ação mostram porque ela é uma veterana no esquadrão.
Com a trama acontecendo fora dos Estados Unidos é fácil justificar a violência e as explosões na história. Por diversos momentos somos levados a ver o grupo principal como pessoas comuns e isso é uma habilidade de Gunn para tornar os protagonistas amáveis e suas perdas significativas para o público, o que acaba aumentando o tom de comédia das mortes que ocorrem antes disso.
Um ponto que foi especialmente importante nesta aventura foi a equipe responsável por controlar o esquadrão suicida. Enquanto na maioria das vezes são pessoa sem nome, aqui as escolhas deles mudam drasticamente o ritmo da aventura e mostra como pessoa normais podem encarar outras como objetos ou semelhantes dependendo da situação.
Se existe um ponto negativo nesse filme foi a tentativa de construir no personagem de Idris Elba o aspecto paterno do pistoleiro de Will Smith no esquadrão suicida anterior. Quando vemos a relação com a filha real ela parece forçada, mas avança de forma inteligente para o desenvolvimento do personagem para mais do que um matador.
Na soma de todos os aspectos, o esquadrão suicida é um excelente filme de ação com a diversão e loucura na medida certa para um grupo como o esquadrão suicida. A única ressalva para os desavisados é que a morte está a cada esquina e o filme pode ser sangrento demais para alguns. Tirando isso, dificilmente um fã de quadrinhos, leitor do esquadrão ou não, vai sair decepcionado do filme.